Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes:
Pode parecer uma bobeira e um clichê sem tamanho, mas existem
determinados livros que mudam a nossa vida. E justo eu, que achava que
não tinha mais nada de novo para ler sobre organização (que ingênua!),
me deparei com esse livro em uma época em que precisava muito ler o que
ele oferece e ele me mudou demais. Portanto, ele facilmente entrou na
minha lista de livros preferidos e de referência sobre organização,
apesar de não ser exatamente sobre organização. Vou explicar.
Esse livro é muito antigo, daqueles que a gente vê para vender em
todo lugar, tem um zilhão de edições e todo mundo te pergunta se você já
leu. Eu nunca tinha lido inteiro, sabe-se lá por quê. Então um dia eu
resolvi dar essa chance a ele, e me surpreendi muito.
Particularmente, gosto de livros que te arrebatam. Que te sacodem da
cadeira, tiram você do eixo, mudam a sua vida. Sem exagero, esse livro é
um deles. Como vocês devem saber, gosto muito da filosofia budista,
então tudo o que for levemente relacionado me agrada muito. E o Stephen
Covey nem é budista – ele é cristão. Coisa que já tinha ficado sabendo
quando li seu igualmente bom livro chamado Os 7 hábitos das famílias
eficazes (recomendo muito também). Mas o livro tem diversos conceitos
relacionados a tudo o que eu vejo de bom nesses dois caminhos, então
esse é o ponto onde eu quero chegar.
Ele divide os capítulos nos sete hábitos, descrevendo cada um deles.
Francamente, já fui fisgada pelo prefácio do Paulo Kretly (também autor e
presidente da FranklinCovey Brasil), que já começa assim:
“A
vida está mais complexa, mais estressante e exige mais de nós. (…)
Quanto maior a mudança e quanto mais difíceis os desafios, mais
relevantes tornam-se os hábitos. (…) Se você quiser alcançar suas
maiores aspirações e superar seus maiores desafios, identifique e
aplique o princípio ou a lei natural que governa os resultados que você
procura.”
E aí ele lista os desafios mais comuns que enfrentamos hoje em dia, a saber:
-
O medo e a insegurança que temos do futuro, de perder o emprego, e como
isso nos leva a focar na independência, em vez de focar na
interdependência (conceito muito explorado no livro).
- “Quero isso agora”. Queremos dinheiro, estamos ansiosos, vivemos apenas consumindo sem sentido.
- A culpa e a condição de vítima. Quando vemos um problema, já saímos acusando. Também existe o fatalismo e o desculpismo.
- Desesperança, quando acreditamos que somos somente vítimas das circunstâncias.
- Falta de equilíbrio na vida. Zilhões de informações e demandas que recebemos diariamente e que não sabemos como organizar.
- “O que eu vou lucrar com isto?”, e a mentalidade de só querer fazer algo se recebermos alguma coisa em troca.
- A ânsia de ser compreendido, ou a necessidade de atenção que todos temos, querendo reconhecimento o tempo todo.
- O conflito e as diferenças. Como lidamos como essas coisas, em vez de entender que fazem parte da diversidade humana e que só temos a somar.
- Estagnação pessoal.
- A culpa e a condição de vítima. Quando vemos um problema, já saímos acusando. Também existe o fatalismo e o desculpismo.
- Desesperança, quando acreditamos que somos somente vítimas das circunstâncias.
- Falta de equilíbrio na vida. Zilhões de informações e demandas que recebemos diariamente e que não sabemos como organizar.
- “O que eu vou lucrar com isto?”, e a mentalidade de só querer fazer algo se recebermos alguma coisa em troca.
- A ânsia de ser compreendido, ou a necessidade de atenção que todos temos, querendo reconhecimento o tempo todo.
- O conflito e as diferenças. Como lidamos como essas coisas, em vez de entender que fazem parte da diversidade humana e que só temos a somar.
- Estagnação pessoal.
Uma lista incrível e certeira, eu diria. E aí todo o livro se
delineia com aquela história que eu sempre repito por aqui, que é a de
sermos agentes ativos da nossa vida, ter objetivos, saber quem somos,
fazer acontecer. Tem tudo a ver com organização porque ele usa conceitos
como “o esforço precisa ser diário”, “não existem atalhos” e “os
princípios são como faróis”. O livro inteiro é muito empolgante e tem
muito a ver com o blog, e por isso eu recomendo de verdade a leitura.
Vou falar sobre cada um dos sete hábitos, para que vocês entendam qual a pegada do livro e por que ele é imprescindível:
1. Seja proativo
“A maneira como vemos o problema é o problema.”
Quando comecei a leitura desse capítulo, pensei (erroneamente) assim:
“ah, mais um texto sobre proatividade, que novidade”. Mas não se trata
de nada daquilo que costumamos ler em coisas tipo revistas você s/a da
vida! Na verdade, fala sobre pensarmos de dentro para fora, de
assumirmos a responsabilidade por quem somos. Ele cita um exemplo muito
impressionante de um professor judeu que foi capturado durante o nazismo
e, em vez de desistir da vida, passou a dar aulas para os outros judeus
capturados. Como uma pessoa consegue se recompôr em uma situação dessas
e ainda ajudar as outras? Isso é proatividade. Legal, né?
Por outro lado, ele mostra que, quando vivemos dependendo de reações
externas – tipo, nosso dia fica péssimo se o nosso chefe dá uma pisada
na bola ou diz algo ofensivo -, significa que estamos sendo passivos, e
não proativos. Que nossa personalidade depende dos outros, não de nós
mesmos. Profundo, e é para refletir mesmo!
Ele também dá um exemplo que eu adoro e que já tinha lido no outro
livro sobre família (citado acima), que é o de um senhor que estava
infeliz no casamento e ele sugeriu que esse senhor amasse a sua esposa.
Aí o senhor questiona: “mas o sentimento desapareceu, você não entende”.
E o Stephen diz: “amar é um verbo, uma escolha. escolha amar sua esposa
hoje. seja um bom marido. sacrifique-se. ouça-a. compareça.” Isso é ser
proativo. Acho d-e-m-a-i-s esse exemplo.
Ele também comenta que todos temos dois círculos que nos envolvem,
que são o círculo da preocupação e o círculo da influência. Nós focamos
muito mais no círculo da preocupação, quando deveríamos nos preocupar
com o círculo da influência. Resumindo: se um problema tem solução,
corra atrás dela e não se preocupe; se não tem, não adianta se
preocupar, porque está fora do seu poder de influência.
Nós sempre achamos que o problema está “lá fora”. Quando adquirimos
uma postura proativa, descobrimos que tudo depende da gente, e que
muitas vezes a solução de um problema é somente uma simples mudança de
perspectiva.
2. Comece com o objetivo em mente
“As pessoas não podem conviver com a mudança se não houver um centro imutável dentro delas.”
Sabe aquele papo de pensar em objetivos de longo, médio e curto
prazo? E sobre os papéis que exercemos na vida? Pois é, o Stephen fala
sobre isso aqui. Ele sugere que a gente tenha o quadro final da nossa
vida como referência para definir nossos princípios e nortear todas as
nossas decisões. Ele também diz que as coisas são criadas duas vezes:
uma vez quando pensamos nelas e outra vez quando efetivamente as
realizamos. Ou seja, o poder da realização, do fazer acontecer, em vez
de ficar somente no plano das ideias – que dá suporte para as nossas
ações. Essas duas ações caminham juntas.
Quando conhecemos nossos valores e princípios, fica muito mais fácil
tomar decisões no dia a dia. Não ficamos presos em “dileminhas”.
Nesse capítulo, ele também nos incentiva a construir uma missão
pessoal, algo que dá muito trabalho mas tem um resultado que compensa
tudo. E fala sobre o desperdício de vida, que acontece quando vivemos
sem propósito. A gente passa a valorizar mais tudo o que acontece no
nosso dia a dia quando tem esses valores definidos. Enxergamos a longo
prazo. Alguns problemas deixam de ser problemas. Passamos a agradecer
mais pelo que temos.
3. Primeiro o mais importante
“Tenha
em mente que você está sempre dizendo “não” a alguma coisa. Se não é
para as coisas urgentes e evidentes da sua vida, provavelmente é para
coisas mais fundamentais, mais importantes.”
Todo um capítulo sobre o que é definir prioridades e como trabalhar
com elas. Nada mais, nada menos. Fala sobre o que é urgente e o que é
importante, e as suas diferenças. Explica qual o problema da priorização
diária de tarefas (trabalhamos em cima do urgente, só). Nos ensina a
identificar nossos papéis, a estabelecer metas, a planejar, a vivenciar o
processo, a confiar nas nossas decisões.
4. Pense ganha/ganha
“É preciso regar as flores para que elas cresçam.”
Por que precisamos ganhar o tempo todo? E por que achamos que, para
ganhar, outra pessoa precisa perder? Quando olhamos do ponto de vista
das outras pessoas, conseguimos ter a sensibilidade para pensar em
soluções que sejam boas para ambas as partes. Não somos egoístas. Temos
uma mentalidade de abundância.
5. Procure primeiro compreender, depois ser compreendido
“A maioria das pessoas não consegue escutar com a intenção de compreender. Elas ouvem com a intenção de responder.”
Aqui entra um conceito de humildade que eu vejo muito no budismo, por
exemplo. Temos uma tendência enorme de atropelar sentimentos e sequer
deixar as outras pessoas concluírem uma frase, e isso faz com que a
gente não entenda direito os problemas, as necessidades e os pedidos das
outras pessoas. Então como poderíamos tomar alguma decisão, fazer e
ainda esperar sermos compreendidos? Como podemos confiar na prescrição
se sabemos que o diagnóstico não foi feito corretamente?
6. Crie sinergia
“A verdadeira força do relacionamento é ter um outro ponto de vista.”
Difícil né? Como criar sinergia no dia a dia? Como resolver um
batalhão de problemas e ainda conseguir encontrar tempo para dar atenção
a isso? Sendo autenticamente humilde. Quando somos autênticos em nossa
humildade, geramos confiança e gentileza. É valorizar a percepção do
outro, tentando compreender de verdade, tendo até um pouco de compaixão –
a coisa de se colocar no lugar do outro.
7. Afine o instrumento
“Quando
reflito sobre as tremendas consequências que resultam das pequenas
coisas, fico tentado a pensar que não existem pequenas coisas.” – Bruce
Barton
Tem a velha história do lenhador que foi para a floresta e ficava
cansado, percebendo que, a cada dia, por mais que trabalhasse e se
esforçasse, estava produzindo menos. Aí uma pessoa chegou para ele e
disse: “meu amigo, há quanto tempo você não afia o seu machado?”. Ou
seja, sem afinar o instrumento, perderemos tempo, ficaremos estressados e
desperdiçaremos vida à toa.
E afinar o instrumento significa comer os alimentos adequados,
descansar e relaxar o suficiente, fazer exercícios, exercitar a
espiritualidade, enfim, fazer tudo aquilo que recarrega as nossas
energias. Cada um tem as suas fontes.
No final do livro, ele expôe alguns conceitos pessoais ligados à sua
espiritualidade (mas totalmente relacionados aos conceitos do livro, sem
ser chatão) e também traz uma lista com as perguntas (e respostas) mais
frequentes que lhe são feitas com relação aos sete hábitos, o que traz
reflexões interessantes por parte dele e nos mostra uma abordagem mais
prática de alguns pontos que talvez não tivéssemos levado muito em conta
durante a leitura.
Por fim, reforço o que já comentei anteriormente: leia, leia o livro.
Ele não é literalmente sobre organização, mas dá uma base sensacional
sobre tudo relacionado a ser uma pessoa organizada. Tudo o que eu falo
sobre objetivos de vida, definição de papéis, carpe diem,
enfim, está lá. Eu li esse livro em uma época da minha vida onde as
coisas estavam um pouco nebulosas e somente a mudança de perspectiva e
atitude me fizeram ir de um estado ruim ao melhor estado possível em
pouquíssimo tempo. Foi um período de transformação que, apesar de ter
sido interna (obviamente), teve grande influência da leitura que eu fiz
desse livro na época. Se você estiver passando por algum momento
parecido, pode ser que ele te ajude tanto quanto me ajudou.
Dicas do Blog : http://vidaorganizada.com/organizacao/referencias/livros/os-7-habitos-das-pessoas-altamente-eficazes/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui a sua opinião!