Roberto Lúcio Vieira
de Souza (vice-presidente da AME-Brasil), diretor de publicações
da AME-MG e diretor clínico do Hospital Espírita André
Luiz, em Belo Horizonte (MG), Dr. Jaider Rodrigues e Paulo (presidente
da AME-MG), psiquiatra e Dr. Osvaldo Hely Moreira, (vice-presidente da
AME-MG), cardiologista.
Atualmente, a depressão é um dos problemas
médicos mais difundidos no mundo, ocupando, segundo estudo conjunto
da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA, da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial, o quarto lugar entre
as causas de doenças degenerativas e de mortes prematuras. A previsão
é de que ela se torne, em 2020, a segunda doença em importância,
ficando apenas atrás dos males cardíacos.
Após vários anos de pesquisas, chegou-se
à conclusão de que a depressão, cuja incidência
aumenta a cada dia em nosso planeta, tem bases biológicas e é, frequentemente, influenciada por estresse psicológico ou social.
Mas há também os fatores espirituais, que, na verdade, são
a base da doença. “Os deprimidos são pessoas de um
nível evolutivo mediano, boas, responsáveis, com boas intenções,
mas possuem um baixo nível de aceitação deles mesmos
e de suas relações com o Criador. Investem uma energia muito
negativa contra si mesmos, à medida que não conseguem ser
aquilo que gostariam de ser”, declara Jaider Rodrigues de Paulo,
psiquiatra, homeopata e presidente da Associação Médico-Espírita
de Minas Gerais.
Apesar de termos a idéia de que o deprimido é
quietinho e quer ficar isolado, o psiquiatra afirma que ele é um
rebelde e extremamente agressivo. “Ele não quer viver nem
que os outros vivam. No seu subconsciente, não aceita que está
errado, acha que é o indivíduo mais sofrido do mundo e que
tudo o que os outros fazem é contra ele”, completa. São
várias as vertentes da doença, apesar de ter um único
motor que é a não aceitação. “A partir
daí vão se desenvolvendo em cadeia vários processos
que são agravantes, inclusive o genético. A genética
na depressão não é conseqüência, com efeito,
é causa”, informa.
Auto-obsessão
O psiquiatra Roberto Lúcio Vieira de Souza, diretor de
publicações da AME-MG e diretor clínico do Hospital
Espírita André Luiz, em Belo Horizonte (MG), acredita que,
do ponto de vista moral, a depressão é um processo auto-obsessivo
pelo fato de o deprimido ser um rebelde, cuja energia destrutiva é,
antes de tudo, voltada contra si. “Dentro da abordagem espiritual,
existem dois grandes grupos de depressão. São as de fundo
carmático, oriundas de ações moralmente doentias
do espírito, em uma ou diversas encarnações, nas
quais prejudicou a si ou a terceiros, demarcando, quando do processo reencarna-tório,
a escolha de um material genético comprometido, capaz de dar origem
à doença. E as desencadeadas por situações
atuais de profundo comprometimento da tristeza, geralmente de intensidade
mais leve e que não respondem ao tratamento convencional de maneira
satisfatória”, explica.
Mas como seria essa ação mental, capaz
de fazer surgir uma crise depressiva? Os espíritos poderiam atuar
diretamente no material genético de outra criatura, determinando
uma probabilidade de surgimento da patologia? Isso aconteceria antes ou
depois do processo reencarnatório? Souza lembra que, de acordo
com O Livro dos Espíritos, a atuação dos espíritos
pode acontecer tanto na natureza física quanto na direção
de outros espíritos, levando-os a situações de dificuldade.
“Desse modo, pode-se dizer que espíritos adestrados e conhecedores
das leis naturais, que agem no campo biológico, atuam, pela força
mental, em determinadas situações, diretamente no material
genético, seja no momento da escolha do óvulo e do espermatozóide,
ou ainda na mutação desse material, predispondo o outro,
ao reencarnar, para a propensão à doença”,
afirma. “Tais atitudes, aparentemente negativas, dando a entender
que estaria ocorrendo um desamparo dos planos superiores da vida, estariam
sob o jugo da lei da justiça, quando a considerada vítima,
ferindo a lei divina, permitiu-se ser alvo de entidades momentaneamente
perversas”, diz.
No momento, várias pesquisas vêm surgindo
com a utilização de tratamentos espirituais, envolvendo
a prece, a meditação e tantos outros recursos, mas que necessitam
do ponto de vista científico de outras tantas pesquisas que corroborem
os seus resultados. No entanto, sabe-se hoje, com certeza, que pessoas
religiosas são menos propensas aos quadros depressivos ou respondem
melhor aos tratamentos chamados convencionais do que criaturas consideradas
descrentes ou sem vínculos religiosos.
(matéria publicada na Folha
Espírita em fevereiro de 2006)
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