21 de outubro de 2014

Abordagem Moral e Espiritual da Depressão






 Roberto Lúcio Vieira de Souza (vice-presidente da AME-Brasil), diretor de publicações da AME-MG e diretor clínico do Hospital Espírita André Luiz, em Belo Horizonte (MG), Dr. Jaider Rodrigues e Paulo (presidente da AME-MG), psiquiatra e Dr. Osvaldo Hely Moreira, (vice-presidente da AME-MG), cardiologista.


Atualmente, a depressão é um dos problemas médicos mais difundidos no mundo, ocupando, segundo estudo conjunto da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial, o quarto lugar entre as causas de doenças degenerativas e de mortes prematuras. A previsão é de que ela se torne, em 2020, a segunda doença em importância, ficando apenas atrás dos males cardíacos.


Após vários anos de pesquisas, chegou-se à conclusão de que a depressão, cuja incidência aumenta a cada dia em nosso planeta, tem bases biológicas e é, frequentemente, influenciada por estresse psicológico ou social. Mas há também os fatores espirituais, que, na verdade, são a base da doença. “Os deprimidos são pessoas de um nível evolutivo mediano, boas, responsáveis, com boas intenções, mas possuem um baixo nível de aceitação deles mesmos e de suas relações com o Criador. Investem uma energia muito negativa contra si mesmos, à medida que não conseguem ser aquilo que gostariam de ser”, declara Jaider Rodrigues de Paulo, psiquiatra, homeopata e presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais.

Apesar de termos a idéia de que o deprimido é quietinho e quer ficar isolado, o psiquiatra afirma que ele é um rebelde e extremamente agressivo. “Ele não quer viver nem que os outros vivam. No seu subconsciente, não aceita que está errado, acha que é o indivíduo mais sofrido do mundo e que tudo o que os outros fazem é contra ele”, completa. São várias as vertentes da doença, apesar de ter um único motor que é a não aceitação. “A partir daí vão se desenvolvendo em cadeia vários processos que são agravantes, inclusive o genético. A genética na depressão não é conseqüência, com efeito, é causa”, informa.


Auto-obsessão   
O psiquiatra Roberto Lúcio Vieira de Souza, diretor de publicações da AME-MG e diretor clínico do Hospital Espírita André Luiz, em Belo Horizonte (MG), acredita que, do ponto de vista moral, a depressão é um processo auto-obsessivo pelo fato de o deprimido ser um rebelde, cuja energia destrutiva é, antes de tudo, voltada contra si. “Dentro da abordagem espiritual, existem dois grandes grupos de depressão. São as de fundo carmático, oriundas de ações moralmente doentias do espírito, em uma ou diversas encarnações, nas quais prejudicou a si ou a terceiros, demarcando, quando do processo reencarna-tório, a escolha de um material genético comprometido, capaz de dar origem à doença. E as desencadeadas por situações atuais de profundo comprometimento da tristeza, geralmente de intensidade mais leve e que não respondem ao tratamento convencional de maneira satisfatória”, explica.

Mas como seria essa ação mental, capaz de fazer surgir uma crise depressiva? Os espíritos poderiam atuar diretamente no material genético de outra criatura, determinando uma probabilidade de surgimento da patologia? Isso aconteceria antes ou depois do processo reencarnatório? Souza lembra que, de acordo com O Livro dos Espíritos, a atuação dos espíritos pode acontecer tanto na natureza física quanto na direção de outros espíritos, levando-os a situações de dificuldade. “Desse modo, pode-se dizer que espíritos adestrados e conhecedores das leis naturais, que agem no campo biológico, atuam, pela força mental, em determinadas situações, diretamente no material genético, seja no momento da escolha do óvulo e do espermatozóide, ou ainda na mutação desse material, predispondo o outro, ao reencarnar, para a propensão à doença”, afirma. “Tais atitudes, aparentemente negativas, dando a entender que estaria ocorrendo um desamparo dos planos superiores da vida, estariam sob o jugo da lei da justiça, quando a considerada vítima, ferindo a lei divina, permitiu-se ser alvo de entidades momentaneamente perversas”, diz.


No momento, várias pesquisas vêm surgindo com a utilização de tratamentos espirituais, envolvendo a prece, a meditação e tantos outros recursos, mas que necessitam do ponto de vista científico de outras tantas pesquisas que corroborem os seus resultados. No entanto, sabe-se hoje, com certeza, que pessoas religiosas são menos propensas aos quadros depressivos ou respondem melhor aos tratamentos chamados convencionais do que criaturas consideradas descrentes ou sem vínculos religiosos.


 (matéria publicada na Folha Espírita em fevereiro de 2006)

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