- O momento presente é de paz. A ansiedade, o medo, a preocupação e a depressão referem-se a eventos passados e futuros. Quando estamos no presente, e com total concentração, as situações de vida ou de morte não precisam fazer com que nos sintamos intensamente estressados. Por exemplo, os grandes cirurgiões cardíacos muitas vezes se encontram no estado de maior relaxamento em plena realização de uma cirurgia. Eles ficam completamente absorvidos pelo que estão fazendo e o trabalho deles se torna uma forma de meditação. Outras pessoas acham que a realização de uma cirurgia cardíaca é bastante estressante. A mesma situação, reações diferentes. É a mente que, primariamente, determina se uma circunstância é estressante ou prazerosa. É claro que precisamos fazer planos para o futuro e aprender com o passado - mas não precisamos gastar grande parte de nosso tempo com isso.
- O momento presente é produtivo. A meditação é um processo de aprender a treinar a mente para que possamos fazer o que queremos de modo mais eficaz. É o oposto do que vivenciei na faculdade, quando a minha mente ficava fora de controle e eu não conseguia funcionar em absoluto. Conforme eu descrevi no capítulo 4, quando me preocupava em ser aceito ou não na escola de medicina, a ansiedade impedia-me de estudar. Quando aprendi a meditar consegui me concentrar melhor na tarefa presente em vez de me preocupar com o futuro. Quando você cuida do momento presente, o futuro tende a cuidar de si mesmo também. Quando você se preocupa com o futuro, você perde duas vezes: deixa de sentir a alegria do momento presente e diminui as chances de sucesso futuro. Planeje o futuro, mas não viva lá.
- O momento presente é cheio de alegria. Muitas vezes deixamos de gozar plenamente os momentos mais maravilhosos - um nascer do sol, um concerto ou até mesmo um beijo - quando a nossa atenção vagueia para o passado ou para o futuro. Se estou em um concerto e ouço uma música que aprecio, posso flagrar-me pensando acerca da ultima vez que ouvi aquela canção, ou de com quem eu estava quando a ouvi, ou do que aconteceu depois do concerto e assim por diante. Enquanto estou pensando sobre os acontecimentos do passado, estou perdendo o prazer da música presente.
- O momento presente é sensual. Prestar atenção amplia todas as experiências sensuais. Quando você medita regularmente, a sua capacidade de manter a atenção concentrada começa a aumentar. E quando você realmente se concentra naquilo que está esperando - comer uma comida deliciosa, fazer amor, ouvir música, cheirar rosas - o prazer é ampliado.
Tente e veja. Pegue um pedaço de sua fruta madura favorita ou uma colher cheia de com a sua sobremesa favorita. Preste atenção a ela. Examine-a de perto. Feche os olhos e traga-a até o nariz; observe seu cheiro. Se a sua atenção vaguear, traga-a de volta para o que está fazendo. Dê uma mordida ou coma lentamente, observando o incrível leque de sabores sutis, frescor e texturas à medida que ela dá voltas dentro de sua boca. Finalmente, engula e observe como se sente ao notá-la descendo pela garganta.
Um benefício dessa abordagem é que se necessita de menos estimulação para alcançar a satisfação. Eu adoro comer chocolate, por exemplo. Quando era bem jovem, conseguia tomar meio litro de sorvete de chocolate sem realmente saboreá-lo muito. Muitas vezes eu tomaria o sorvete estudando ou vendo televisão, de modo que realmente não estava prestando atenção ao alimento. Hoje, quando quero me oferecer chocolate, tomo somente uma colher cheia do mais rico, mais gostoso, mais escuro dos chocolates que possa encontrar. Fecho os olhos e realmente presto atenção ao que estou comendo e sinto um prazer extraordinário. No final das contas, a primeira mordida e a última, via de regra, são as melhores. E se você vai somente dar uma mordida, caso preste atenção, será muito bom.
- O momento presente é liberador. As nossas opções de hábitos de vida, como a dieta, são um produto de anos de hábito. Como a meditação ajuda a nos manter no presente, somos menos influenciados pelos nossos hábitos do passado. Fica mais fácil, fazer novas escolhas.
(Por Dr. Dean Ornish em Salvando o Seu Coração)
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